Chuvas causaram estragos em toda a região

Por Folha de Embu | 3/02/2010

As fortes chuvas que atingiram a região durante todo o mês de janeiro deixaram um verdadeiro rastro de destruição na maioria das cidades. Enchentes, ruas alagadas, deslizamentos de terra, desabamentos e até mortes. O balanço dos estragos causados pela chuva é grande. Os transtornos enfrentados pela população também. Segundo os especialistas a chuva de janeiro bateu o recorde histórico desde o ano de 1947.

O dado impressiona assim como impressionam os estragos provocados pela chuva. Em Taboão da Serra a chuva provocou o transbordamento do Córrego Poá, houve alagamentos no bairro do Intercap e várias ruas da região central da cidade.
no Embu as regiões da ABA Motors, da padaria Belas Artes, Ressaca e Santa Tereza também sofreram com os alagamentos.

Já em Itapecerica da Serra a chuva acabou em tragédia e até morte. Uma idosa morreu em um deslizamento de terra, vários bairros, especialmente o Branca Flor sofreram com as enchentes. Um condôminio inteiro ficou literalmente embaixo da água.

Na Régis Bittencourt o efeito da chuvaq foi o caos generalizado. A rodovia literalmente parou todas as vezes em que choveu forte. O trânsito foi bloqueado nos vários pontos de alagamento registrados entre Taboão e Itapecerica da Serra.

São Lourenço está entre as cidades mais atingidas

Em São Lourenço da Serra a situação ficou crítica. Todos os finais de tarde deste ano a cidade registrou alagamentos. Um dos locais mais afetados pelo problema é a rua 8 de maio, situada no centro da cidade, vizinha á Câmara Municipal.
Os moradores denunciam que durante a chuva a rede de esgoto que está ligada ao rio que corta a cidade transborda e traz para dentro da casas e dos quintais os detritos depositados no esgoto. Ao longo de toda a rua o drama das famílias sensibiliza.

No número 32 da rua 8 de maio a situação de uma família choca. Em uma pequena casa de taipa moram 5 pessoas, duas senhoras de 54 e 56 anos, respectivamente, uma adolescente de 14 anos grávida de seis meses, o marido dela, 17 anos e mais um adolescente de 16 anos. Todos estão desempregados e a situação de dificuldade em que vivem é visível.

Dona Maria, viúva 2 vezes lamenta a sorte. Ela conta que sempre que chove a água invade a casa pela frente e pelos fundos, vinda da tubulação da rua. Amargurada, ela lembra que é preciso tirar a água de dentro de casa várias vezes ao dia. Mas o que a entristece mesmo é ver o berço e o guarda roupa que comprou a prestação para a neta que vai chegar ficar embaixo da água.

"Não sei como vamos viver nessa situação com uma criança pequena", questiona com o olhar perdido e o rosto quase sem expressão.
Quase em frente da casa dela, o aposentado Geraldo Leite, 58 anos, é só revolta. Ele trabalhou a vida toda e possui três casas ao longo da rua. Para seu Geraldo é uma vergonha a rede de esgoto da cidade estar ligada ao rio. Ele conta que sempre se sentiu incomodado com isso, mas desde que os alagamentos começaram a acontecer a revolta dele aumentou.

"É duro ver a casa que a gente construiu com sacrifício ser invadida por todo tipo de lixo. Aqui no meu quintal já saiu pelo ralo camisinha, fezes, e todo tipo lixo que se puder imaginar", conta angustiado.

O aposentado revela em tom de sabedoria que não fica reclamando da chuva, já que a mesma é vontade de Deus, entretanto, lamenta que obras como a rede de esgoto ocasionem transtornos aos moradores.

Nos bairros mais distantes do centro de São Lourenço os problemas registrados por conta da chuva são maiores. Houve deslizamentos e desabamento de um muro. O posto de saúde e até a região da prefeitura municipal também sofreram com as enchentes.

A prefeitura de São Lourenço informou por meio de sua assessoria de imprensa que a administração municipal não é responsável pela rede coletora de esgoto da cidade está ligada ao rio. Além disso, declarou que o Fundo Social vai "tentar" atender às famílias atingidas pelas enchentes na cidade.

A Sabesp não se pronunciou a respeito das denúncias feitas pelos moradores em relação à rede de esgoto.

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