Embu das Artes: 51 anos de história e crescimento

Por Folha de Embu | 18/02/2010

Embu das Artes vive atualmente um dos momentos mais prósperos de sua história. A cidade está celebrando 51 anos de emancipação político-administrativa com uma ampla perspectiva de crescimento e desenvolvimento. Mas nem sempre foi assim, quando a cidade se separou da mãe Itapecerica da Serra era tudo diferente, bem mais simples, com características predominantes em ambientes rurais, a exemplo da irmã Taboão da Serra, emancipada na mesma data

Na última década a cidade venceu a violência, a falta de investimento público e garantiu melhorias em áreas estratégicas, resgatando a auto-estima da população e o orgulho dos embuenses.

Todos, empresários, políticos, professores, formadores de opinião afirmam que o momento atual é decisivo para a cidade, que cresceu de forma desordenada e, agora, começa a ser regularizada e a receber investimentos públicos em bairros outrora esquecidos.

A Feira de Artes e Artesanato, principal referência turística da cidade, eleva o nome de Embu mundialmente. A cidade das Artes está recebendo novas indústrias, novos postos de saúde, pronto socorro, terminal rodoviário, já tem academia ao ar livre, vai ganhar uma ETEC, poderá receber uma Universidade Federal, e, além de tudo está recebendo investimentos nunca antes vistos em paisagismo e arborização.

Outras duas obras previstas para este ano devem mudar a cara da cidade. A avenida Elias Yazbek e a Estrada de Campo Limpo a Itapecerica serão totalmente revitalizadas e padronizadas. Com isso a cidade vai vivenciar uma nova era na sua história.

A cidade que nasceu com pouco mais de 6 mil habitantes distribuídos tem hoje quase 250 mil moradores.
Embu das Artes é uma terra rica em vários aspectos. Tem história, lendas e artes ligadas à formação do povo paulista.

Tem artistas que recriam o passado e moldam o futuro nos mais diversos materiais. E tem uma beleza natural rara entre os municípios da região metropolitana de São Paulo.

A aldeia original de índios guaranis, fazendeiros descendentes de portugueses e jesuítas é hoje uma cidade que abriga moradores vindos de todas as partes do mundo em busca de sua paisagem ainda verde e bucólica, seu clima ameno e sua tradição cultural e artística.

A partir de 1950, artistas locais e de fora fizeram de Embu a sua terra: a Terra das Artes.

Como tudo começou...

Em 1554 um grupo de jesuítas funda o aldeamento de Bohi, depois M’Boy, a meio caminho do mar e do sertão paulista. Uma capela marca o centro do aldeamento e o local de catequese dos índios.

Ao seu redor florescem pequenos sítios e fazendas com plantações de mandioca, legumes e algodão. Em 1607 as terras da aldeia passam para as mãos de Fernão Dias (tio do bandeirante Fernão Dias, o caçador de esmeraldas) e de sua mulher Catarina Camacha.

Talvez o fato de terem um filho jesuíta, explique que o casal tenha doado suas terras aos padres da Companhia de Jesus, em 1624. No final do século, em 1690, o padre jesuíta Belchior de Pontes transfere o núcleo da aldeia de seu local original e inicia a construção da atual Igreja do Rosário, levando para ela a padroeira, os altares e os santos da primitiva capela, onde permanecem até hoje.

Entre 1730 e 1734, os jesuítas constroem a sua residência anexa à igreja, formando um conjunto arquitetônico contínuo de linhas retas e sóbrias. Em 1760, por ordem da Coroa Portuguesa, os jesuítas são expulsos do Brasil.

No século XIX, o conjunto arquitetônico dos jesuítas do Embu ganha várias esculturas sacras e entalhes do padre Macaré, também conservados na igreja e no museu de arte sacra.

A Lenda da Fundação da Cidade


Conta essa tradição oral que o Padre Belchior de Pontes subiu de Itanhaém para o planalto com a incumbência de encontrar um local para fundar um colégio de jesuítas. Perdeu-se na caminhada de muitos dias pela mata inóspita e foi socorrido por um índio que o levou, desfalecido, para sua choça. O índio saiu para buscar água e não retornou mais. Encontraram-no morto e envolvido por uma grande cobra: M’Boy na língua guarani. O Pe. Belchior então sepultou o índio conforme os costumes e no mesmo lugar ergueu a capela de Nossa Senhora do Rosário e mais tarde a Igreja. A cobra teria dado origem ao nome primitivo da aldeia: M’Boy, depois Embu.

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