Acusado de adulterar combustível diz ser sócio de Ney Santos e ter duas secretarias, revela 'Fantástico'

Por Folha de Embu | 3/04/2017

No último domingo, 02, o FANTÁSTICO (TV Globo) exibiu uma reportagem mostrando os bastidores da Operação Pane Seca, investigação sobre a venda de combustível adulterado em São Paulo e no Paraná que envolve a morte do presidente da Associação Nacional de Combate a Fraudes de Combustíveis, Fabrízio Machado da Silva, assassinado em Curitiba.

Segundo a reportagem, os postos fraudavam bombas que enganavam o consumidor e vendiam combustível adulterado com níveis elevados de álcool, 69% de álcool na gasolina quando o permitido é 27%, segundo resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e até 56% de metanol, substância proibida que pode causar cegueira e o Mal de Parkinson.

Na semana passada, a Operação fechou nove postos suspeitos e prendeu oito pessoas, que respondem o processo em liberdade. Eugênio Rosa é uma dessas pessoas. As escutas dos telefones grampeados apresentada na reportagem mostram que o empresário negociou a compra de um avião de R$ 4 milhões. O dinheiro lucrado pode ir para o crime organizado. “São quadrilhas de poder financeiro alto, os bens apreendidos até o momento indicam o grau de rentabilidade desses crimes”, diz o secretário de Segurança do Paraná, Wagner Mesquita.

Investigado pela Polícia Civil e dono de três postos de gasolina em Curitiba e região metropolitana, o empresário Eugênio Rosa alega ser sócio do prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, e que tem “duas secretarias” na prefeitura da cidade. “O prefeito de Embu das Artes é meu sócio. ‘Tô’ em Brasília. Vou chegar em Embu das Artes no final de semana”, diz Eugênio na escuta.

Ainda segundo o “Fantástico”, além de se dizer sócio de Ney, Eugênio conta a um amigo, em uma escuta, sobre uma suposta influência na prefeitura de Embu. “Eu tenho duas secretarias que eu peguei lá”, diz o empresário. “De boa, né?”, diz o interlocutor. “Eu peguei a Secretaria de Transportes e a Secretaria de… Urbana”, continua. “Qual é a cidade? É…”, pergunta o amigo. “Embu das Artes”, diz Eugênio. A segunda secretaria citada seria a de Serviços Urbanos.

Empresário diz ser sócio de Ney Santos e ter duas secretarias; prefeito nega

A reportagem relembra que Ney se elegeu vereador em 2012, e no ano passado foi eleito prefeito com 79% dos votos válidos, mas um mês antes da posse, teve a prisão decretada pela Justiça, em ação do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP).

“Ney Santos, segundo a denúncia, comandava não só o tráfico de entorpecentes, mas todas as demais atividades relacionadas à lavagem de dinheiro oriunda desse tráfico”, diz o subprocurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, na reportagem.

Ney teria conhecido Eugênio, em 2010 quando os dois foram candidatos a deputado federal pelo mesmo partido, o Partido Socialista Cristão (PSC). Quando Eugênio foi preso, a polícia encontrou um papel escrito à mão. Nele, aparecem a palavra “negociação” e os nomes “Eugenio” e “Nei Santos”. Entre imóveis e carros, o valor chega a R$ 36 milhões e 400 mil, aponta a reportagem.


Nota oficial do prefeito
Esclareço que conheço o Sr. Eugênio há aproximadamente 3 anos e que afora as relações sociais, não sou e nunca fui sócio do citado senhor, assim como não mantenho nenhuma ligação política com o mesmo.

É inverídica a informação de que este indicou ou possui dois secretários na minha administração, os secretários que compõem o nosso governo, na sua quase totalidade, são pessoas que residem há anos no município de Embu das Artes.

Quanto as secretarias de transporte e a secretaria de serviços urbanos, citadas pelo Sr. Eugênio, as pastas são ocupadas respectivamente pelo Sr. Gustavo do Rancho e pelo Sr. Léo Novais, ambos conhecidos empresários da cidade e participantes ativos da política municipal.

No que tange às investigações, desconheço o teor e a participação do Sr. Eugênio. É com grande estranheza que vejo o meu nome citado nesta investigação, fico no aguardo do desenrolar do processo e acredito na justiça e me coloco a disposição para quaisquer esclarecimentos.

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