Megatraficante diz a PF que escondia drogas em Embu

Por Folha de Embu | 11/09/2017

Força-tarefa investigará ‘Cabeça Branca’, dono de deposito de drogas em Embu e Cotia

A Polícia Federal (PF) está montando uma força-tarefa para a investigação decorrente da Operação Spectrum, que prendeu, em 1º de julho deste ano, Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca. Ele foi procurado por aproximadamente 30 anos, e a polícia o descreve como o “embaixador do tráfico”.

Com a criação desta força-tarefa, dois novos delegados – com experiência em lavagem de dinheiro e que já atuaram na Operação Lava Jato – e mais oito agentes vão trabalhar na análise de provas e documentos. Na ação, foram apreendidos US$ 4,5 milhões e 1,5 tonelada de cocaína.

De acordo com a polícia, “cabeça branca” tinha diplomacia para lidar com outras facções criminosas, o que permitiu que ele atuasse tanto tempo sem que fosse encontrado. O termo “embaixador do tráfico” surgiu justamente desta característica. A polícia afirmar que ele lidava com grupos criminosos nacionais e internacionais sem que precisasse usar a violência.

A PF informou que uma das formas era por meio de fazendas, muitas em nomes de laranjas. Conforme o delegado, Cabeça Branca tinha propriedades no Paraguai, com mais de 20 mil cabeças de gado que funcionavam licitamente, e que eram usadas para lavagem internacional de dinheiro.

“Ele faz financiamentos bancários nas instituições paraguaias, mas financiamentos na ordem de 8 a 10 milhões de dólares. E ele paga os financiamentos com o dinheiro do tráfico”, explicou.

Em depoimento à PF, Luiz Carlos da Rocha disse que a cocaína que vendia vinha da Bolívia e era carregada em prioridades aleatórias no Mato Grosso. Em seguida, a droga era levada para depósitos em Cotia e Embu das Artes.

“O pagamento pela cocaína fornecida era feito em espécie, em dólares; que o pagamento era feito diretamente para o interrogado pelo comprador da cocaína”, diz termo do depoimento.

Rocha se negou a informar quem eram os compradores da cocaína, alegando razões de segurança pessoal. “Esclarece que fornecia cocaína para compradores no Brasil e estes supostamente exportavam cocaína”, se limitou a informar.

Segundo Fábio Ricardo Mendes Figueiredo, advogado de Cabeça Branca, ele se sente aliviado e já cogitava se entregar. Além disso, assumiu o crime e pretende cumprir a pena, se possível em presídio federal.

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