Ocupação em área de preservação ambiental provoca críticas em Embu
Ocupação em área de preservação ambiental provoca críticas em Embu das Artes
Por Folha de Embu | 16/03/2017
Quem conhece e aprecia as áreas de proteção de Embu das Artes vê com preocupação o avanço de ocupações que favorecem o desmatamento com fins de promover loteamentos.
Recentemente, nas margens da Régis Bittencourt uma grande área foi invadida por mais de 2 mil famílias. Logo após a desocupação o lugar foi comercializado e deve abrigar um amplo empreendimento habitacional com mais de 3 mil unidades.
Desde o dia 17 de janeiro centenas de famílias estão ocupando um terreno e desmatando uma área de preservação ambiental no jardim Embuarama, ao lado do jardim Sílvia. Ambientalistas e munícipes estão cada dia mais preocupados com o avanço do desmatamento na área. A verdade é que as ocupações e desmatamentos de áreas de proteção estão acabando com espécies nativas e a vegetação que são marca registrada da cidade das artes. Dois ocupantes foram multados no valor de R$ 41 mil. A Justiça determinou que a prefeitura impeça a entrada de mais gente na invasão.
As duas invasões citadas possuem características bem distintas dos movimentos organizados de moradia. Em ambas os barracos de madeira substituem as tradicionais lonas utilizadas nas ocupações promovidas pelos movimentos de moradia tradicionais. Também não há local para a produção de alimentos coletivos e nem demonstração de que roupas sejam lavadas no espaço.
“Somos contra ocupação em área de preservação ambiental”, resume Manoel Vicente dos Santos, o Manelão, da Associação Vila das Artes, que há 18 anos integra os movimentos de moradia de Embu e reúne entidades como Agência Azul, Crizália, Boa Esperança, Sem Terra, Sindicopio e outros.
Manelão é figura conhecida dos movimentos organizados do município e já ajudou a conseguir casa própria pra muita gente carente na cidade. Para ele a invasão do Embuarama não representa a luta por moradia na cidade.
Para os vizinhos da área invadida no Embuarama é crescente a insatisfação com a degradação ambiental que ocorre no local, além do acúmulo de lixo, falta de fiscalização ambiental, poluição sonora e até intimidação. Eles contam que os ocupantes da área começam a chegar nos barracos entre 6 horas e 7 horas da manhã. As mulheres e crianças permanecem no local até perto das 21 horas e depois dão lugar a homens armados que chegam para fazer a segurança.
Recentemente a Juíza Barbara Carola Hinderberger Cardoso de Almeida, da 2ª Vara, acatou ação civil do Ministério Público para impedir a entrada de novos invasores na área e estipulou multa diária deR$100 mil, caso a determinação seja descumprida.
“Defiro a tutela de urgência para determinar a cessação de toda e qualquer atividade nociva ao meio ambiente no terreno conhecido como ‘Clube Para Todos’, situado na Rua Mar Vermelho, Estância Embuarama, quais sejam, a supressão e a poluição da vegetação nativa das áreas de passagem no sítio, devendo a Municipalidade, ainda, zelar para que não ocorram novas invasões e danos ao meio ambiente, sob pena de multa diária no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), estabelece a sentença.
Outras ocupações
Atualmente o MTST mantém uma área ocupada em Embu das Artes. No domingo, 5 de março, um coletivo de movimentos ocupou um terreno perto do cemitério dos Jesuítas para pressionar pela retomada das obras de um projeto de moradia social no local.
“A invasão do Embuarama está desmatando e prejudicando a área verde. Aqui no São Luís a união dos movimentos de moradia quer a retomada das obras que estão paralisadas há 3 anos”, disse.