Vereadores seguem Tribunal e rejeitam prestação de contas de Chico Brito
Vereador Doda Pinheiro apresentou relatório duro recomendando a rejeição das contas do ex-prefeito Chico Brito
Por Folha de Embu | 17/03/2017
A Câmara Municipal de Embu das Artes seguiu recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e rejeitou por 8 votos, contra 4 e uma abstenção, as contas do ex-prefeito Chico Brito relativas ao ano de 2013.
Todas as contas anteriores do ex-prefeito, mesmo com parecer contrário do Tribunal tinham sido aprovadas por unanimidade com elogios dos vereadores. Desta vez, até mesmo os vereadores mais antigos votaram a favor da rejeição e fizeram duras críticas contra a gestão Chico Brito. A sessão foi tensa teve xingamentos, vaias e até princípio de tumulto.
A reprovação das contas de Chico Brito, tanto pelo Tribunal de Contas, quanto pela Câmara, encerrou um ciclo onde a administração de Embu das Artes teve contas aprovadas com louvor pelo Tribunal na gestão do ex-prefeito Geraldo Cruz.
Foi o vereador Doda Pinheiro (PT) que assinou o relatório recomendando a rejeição de contas do ex-prefeito. A defesa de Chico Brito tentou protocolar requerimento alegando cerceamento de defesa, entretanto o documento não foi aceito. O vereador Danilo Alves, o Daniboy (DEM), pediu vistas, mas acabou voltando atrás por causa da forte reação do público.
Votaram pela reprovação das contas os vereadores: André Maestri (PTB), Luiz do Depósito (PMDB), Rosângela Santos (PT), Doda (PT), Bobilel Castilho (PSC), Ricardo Almeida (PRB), Edvânio Mendes (PT) e Gilson Oliveira (PMDB). O presidente da Câmara, Hugo Prado (PSB), não precisou votar e não deu declarações a respeito das contas do ex-prefeito.
Os vereadores Júlio Campanha (PRB), Dra. Bete (PTB) e Gerson Olegário (PTC) não compareceram a sessão por problemas de saúde e particulares.
Antigos aliados e defensores ferrenhos de Chico Brito como Doda Pinheiro (PT) , Edvânio Mendes (PT), Luiz do Depósito(PMDB) e Gilson Leite (PMDB) fizeram questão de externar críticas jamais imaginadas contra o antes “melhor e mais competente prefeito”.
Aos jornalistas Doda negou ter sido “lançado na política” pelo ex-prefeito e “estar matando politicamente seu criador”. Afirmou que é militante desde 1997 na pastoral da juventude e movimentos sociais.
“Não sinto que matei Chico Brito politicamente. Cabe a ele avaliar se ainda tem pretensões políticas, ou não? Se ele tiver, tem que seguir o curso natural de ficar um tempo fora, se eu não me engano a inelegibilidade é por 8 anos e ele pode voltar lá na frente. Mas, eu não sou cria do Chico Brito, quero deixar isso bem claro”, sustentou Doda à imprensa regional.
O vereador Luiz do Depósito, que também defendeu a aprovação das contas de 2012 com parecer contrário do TC também não poupou o ex-mandatário de Embu.
“Antes, o relatório do tribunal de contas tinha coisas simples administrativas, que nos até alertamos o governo. Não sou técnico. Nós acompanhamos os dois mandatos do Chico Brito, mas não tivermos a porta aberta. Hoje os técnicos dizem que realmente existe muito desvio de recursos e ele vai ter que provar na Justiça. Eu acompanhei o que o Tribunal disse, o que relator disse e o que o nosso jurídico disse”, afirmou Luiz do Depósito.
Até o vereador Gilson Oliveira (PMDB), que está afastado depois de realizar uma cirurgia para amputação de membro, foi à sessão de cadeira de rodas para ajudar a sepultar o ex-aliado político.
O ex-prefeito Chico Brito disse que dos 50 apontamentos feitos pelo Tribunal de Contas, a defesa dele derrubou 48, restando apenas 2.
“Nós sabemos que o julgamento da câmara é um julgamento político. Tem muita gente que não quer que eu saia candidato a deputado e a outros cargos, até porque, principalmente os vereadores mais antigos, eles já aprovaram 4 contas minhas no passado Então esses vereadores, principalmente os antigos, eles já aprovaram 4 contas. Então o que mudou? É porque eu não tenho mais poder? Porque eu não tenho mais cargo para dar pra eles? O questionamento que tem que ser feito é esse, porque eles aprovaram 4 contas que foram reprovadas pelo Tribunal e essa eles querem reprovar? Estou de consciência tranquila, não tem improbidade administrativa, não tem apontamento de desvio de recurso público. São esses 2 apontamentos que eu estou falando”, disse.