Câmara aprova e Prefeitura aumenta em 600% a verba da Comunicação

Por Folha de Embu | 6/12/2017

A Câmara Municipal de Embu das Artes aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) – de R$ 674.164.500,00 – na sessão nesta quarta-feira, 6. Com a aprovação do dinheiro para 2018, o prefeito Ney Santos (PRB) aumentou em 600% os recursos para a Secretaria de Tecnologia e Comunicação para mais de R$ 13 milhões. A pasta de Serviços Urbanos teve redução na verba enquanto o esporte sofreu corte orçamentário na proposta para 2018.

Discutida em reuniões fechadas, a peça orçamentária destinará a Secretaria de Comunicação e Gestão Tecnológica R$ 13.278.000,00. Em 2016, o orçamento da pasta era de R$ 2.182.130,00. O valor atual da Comunicação ficou acima da pasta de Serviços Urbanos (R$ 12.126.000,00) e do Esporte, que em 2017 tinha verba de R$ 7.180.000,00 e em 2018 terá R$ 5.601,500,00 (-22%).

Na sessão do dia 22 de novembro, o vereador André Maestri (PTB) questionou a receita da Comunicação em prejuízo de áreas prioritárias de Embu. “O valor previsto no orçamento para recolhimento e destinação do lixo da cidade no próximo ano é de R$ 40 milhões. O lixo é cobrado por peso. Foi aprovado nesta Casa projeto para ampliar em 100% do território o recolhimento de lixo reciclável. Aí eu fico abismado que para coleta seletiva está previsto R$ 10 mil para 2018”, disse.

Maestri afirmou que o investimento em reciclagem poderia resultar no cancelamento da cobrança da taxa de lixo – criada pelo prefeito Ney. “Hoje, a coleta seletiva não atende o território todo. Com R$ 10 mil, não vai atender mesmo. Outro absurdo é o que está sendo direcionado à Secretaria de Comunicação. Falo um absurdo porque no último governo, do prefeito Chico Brito, a população era bem informada, sim, sobre as ações institucionais da prefeitura”, afirmou.

“Compreendo que vai ter equipamento tecnológico para dar subsídio a outras secretarias. Mas entendo também que esse valor é absurdo. Sou da área do esporte. Com R$ 13 milhões, o esporte atuaria mais na manutenção da saúde e no social, combatendo a violência, mas não tem, e esse valor faz muita falta, hoje nem material para trabalhar nas praças esportivas temos”, disse André.

Em aparte no colega, Luiz do Depósito (PMDB) engrossou discurso contra o “privilégio” à Comunicação da Prefeitura, com crítica até ao impulsionamento de material em redes sociais. Apenas com “ativação e viralização de conteúdos”, a gestão Ney gastará em 2018 quase meio milhão de reais (R$ 408.600,00). “Hoje estamos no mundo da internet, praticamente a custo zero. Não é justo que numa cidade do porte de Embu o Serviços Urbanos tenha valor equivalente ao da Comunicação”, disse.

“Quando o governo trabalha, a própria população reconhece, não tem necessidade fazer marketing. Como o governo tinha prometido, neste primeiro ano [com orçamento da gestão Chico] se gastou pouco em comunicação, e não fez falta. Mas faz falta deixar de tapar um buraco, gastar dinheiro que poderia ir para a saúde, para a frente de trabalho. A comunicação é importante, mas ninguém morre se não gastar com impulsionamento em Facebook”, disparou Luiz.

“Vamos fazer alteração, sim”, avisou Luiz sobre fazer emendas ao orçamento. André fará três emendas, uma até que transfere parte da polpuda verba da Comunicação – chefiada pelo secretário Jones Donizette – para o Esporte. A decisão de turbinar a comunicação não é novidade entre governantes, eles usam a “tática” para melhorar a imagem ou estancar a impopularidade. Ney tem alta rejeição por criar a taxa de lixo.

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